sábado, 5 de junho de 2010

Relação do Saae Guarulhos com a Sabesp

Para promotor, tratamento de esgoto é problema de saúde pública
por BRUNO CARVALHO

Em 2009, a Sabesp cobrava em média R$ 9,8 milhões por cerca de 8,6 milhões de metros cúbicos de água por mês. O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Guarulhos só repassava R$ 5,8 milhões –um mensal déficit de R$ 4 milhões, aproximadamente R$ 48 milhões por ano.

De volta ao problema ambiental, segundo o engenheiro Luiz Alberto Neves Alario responsável pelo Projeto Tietê, “a Estação [de tratamento] Parque Novo Mundo tem uma capacidade instalada para receber e coletar o esgoto do Município de Guarulhos”. O coletor-tronco ficaria na cabeceira do Cabuçu de Cima.

Já a assessoria de imprensa do serviço de água e esgoto informa: “O Saae desconhece tubulação de esgoto pertencente à Sabesp; se tem, é na margem de São Paulo.”

A turbulência entre a autarquia municipal e a estadual não para por aí. Segundo o acordo do MP, 20% dos dejetos da cidade deveriam ser tratados pela Sabesp, mas não há acordo entre as partes. Há indícios de briga política entre o governo municipal e o estadual, situação que foi confirmada nas entrevistas com o engenheiro Luiz Alberto Neves Alario e com o promotor Ricardo Manuel Castro. Os dois deixaram vazar o desacordo entre as partes. Vale lembrar que o prefeito Sebastião Almeida é do Partido dos Trabalhadores e o governo do Estado é do PSDB.

O Ministério Público fez uma investigação para avaliar o problema da poluição dos rios. Quando indagou o governo estadual, houve uma tentativa de negar o recebimento dos detritos de Guarulhos por causa da dívida do Saae com a Sabesp. Para promotor Manuel Castro, que acompanhou as investigações, uma coisa não pode atrapalhar a outra, porque o tratamento de esgoto não é uma questão meramente política, “é um problema de saúde pública”, diz.

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