sábado, 5 de junho de 2010

Tietê serve de fossa para Guarulhos

Desentendimento político deixa detritos de 1,2 milhão de habitantes parar no rio

por BRUNO CARVALHO

Guarulhos tem a oitava maior economia do Brasil e a segunda do Estado de São Paulo. Mas a preocupação com o meio ambiente ficou de lado durante décadas e a cidade se tornou uma das maiores poluidoras do Rio Tietê, onde nenhuma gota de esgoto é tratada. Por detrás desse problema estão brigas políticas entre a prefeitura
e o Governo do Estado, investigações do Ministério Público, dívida do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Guarulhos com a Sabesp, entre outras questões.

No ranking de saneamento, elaborado pelo Instituto Trata Brasil, a cidade caiu cinco posições e está na 56ª posição, entre os 81 maiores municípios do país. Diariamente, 184.576.000 litros de resíduos vão parar no Rio Tietê, e 25% dos dejetos sequer é coletado.

Os detritos do município são jogados direto em córregos e rios afluentes. O Rio Cabuçu de Cima, que é o principal afluente do Tietê em Guarulhos, serve de lixão nas proximidades do viaduto da Vila Nilo. No local, que tem ao lado uma favela, é possível deparar-se com sacos de lixo domésticos e, segundo os moradores, até cavalo morto já foi encontrado no rio.

As águas do Rio Cabuçu de Cima cortam a área mais populosa de Guarulhos, a região da Vila Galvão. Em toda extensão apenas 27% dos domicílios tem coletores de esgoto. Mas em todas as casas com água encanada há a cobrança da taxa de coleta. O valor gira em torno de 45% da conta de água.

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